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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Parte do Livro: Pas de Deux (importante)

Parte do livro: Pas de Deux

(...)Sua pele era rosada, seus cabelos loiros escuros e seus pequenos olhinhos castanhos brilhavam sem parar. Aproveitou a distração da família para ir brincar na grama com o cachorro e seu gato. No auge de seu cansaço, deitou para contemplar o céu. Estava cinza. Que pena não poder ver as nuvens e imaginar seus formatos, como sempre fazia. Imaginava, com a mais pura inocência de seu coraçãozinho, o que acontecia além daquelas nuvens com formatos de animais, coração, flores. Como Deus, Jesus, os anjos viviam lá. Até mesmo quem morria poderia estar olhando-a lá de cima. Às vezes era falta de privacidade... Talvez seu irmãozinho estivesse lá, sorrindo e brincando com os anjos.  Virou para brincar com o gato e o cachorro que não largavam de seu pé, mas haviam saído para comer. Ingratos! Escutou um trovão. Sem medo algum, continuou olhando para o céu, talvez analisando aquelas nuvens cinza que poderiam atrapalhar a vida de todo mundo lá em cima... Ou não. Porém Papai do céu era poderoso, mais do que qualquer nuvenzinha má. Ficou esperando que desaparecessem, que Ele desse alguma ordem para que sumissem e ela continuasse imaginando. Um raio parecia cortá-las. Olhou para baixo e voltou a fitá-las novamente. Com naturalidade surpreendeu-se com dois homens lá em cima. Mas não ficavam somente atrás delas? Eram parecidos. Ambos tinham o cabelo ondulado até o ombro, na cor avelã, seus olhos acinzentados e pele branca. Pareciam fortes, até mesmo com aquelas enormes asas. Vestiam uma túnica branca. Eram lindos. Queria chamar os adultos para irem falar com eles, mas iriam brigar. Os adultos iam á igreja talvez por status ou por sua moral na sociedade. Parecia que não acreditavam em anjos, era decepcionante. Não chamou ninguém, talvez ela mesma pudesse falar com os dois. Ficou olhando para ver se falavam alguma coisa. Seus olhares pareciam dizer muito mais, sem emitir som algum, não foi preciso escutar nada, pois havia entendido tudo e a felicidade tomava conta. Felicidade esperança de um dia eles a levarem para ver Deus. Segurança, amor e amizade. Naquele momento experimentou tudo o que era bom. Aquilo era bom, melhor do que brincar. Um raio caiu no meio dos dois e desapareceram. Samara sorriu, sentou-se na grama e continuou olhando para o céu. Uma gota de água caiu em sua cabeça, melhor que ficasse dentro de casa para não ouvir reclamações. Aqueles dois homens ficariam para sempre dentro de seu coração e um dia iria encontrá-los de novo. Pelo menos um deles(...)

                                 Jessica Bittencourt

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